Já os armadores industriais gostaram de ver a comissária europeia a ter de recuar nas suas pretensões. Portugal aumentou as quotas pelo segundo ano consecutivo.
Os pescadores artesanais estão contra as quotas de pesca aprovadas esta madrugada em Bruxelas.
A Associação dos Armadores de Pesca do Norte considera que apesar do aumento global, as quotas para 2013 são insuficientes.
Duarte Sá critica em particular o corte de 25% no esforço de pesca do tamboril e pede ao Governo que tente negociar por exemplo com Espanha uma permuta de quotas: “Esperamos que o Governo encontre uma solução. O ano passado fizemos uma troca de 500 toneladas com Espanha, que permitiu manter a pescaria até ao final do ano. Esperemos que o Governo comece a pensar numa solução, se não vamos ter um problema. Negociar com Espanha pode ser uma solução, mas isso depende de um encontro de necessidades”.
Também Jerónimo Rato, Presidente da CAP – cooperativa de armadores da pesca artesanal – lamenta o corte na captura do tamboril: “Para o sector foi uma má negociação, nas nossas áreas não faltam recursos, em dois ou três meses estamos a capturar a quota do país, isso significa que não faltam tamboris nas nossas águas. As propostas daquela gente de Bruxelas cada vez fazem menos sentido”.
Diferente é a reacção dos Armadores de Pesca Industrial. António Cabral, Secretário-geral da associação diz que prevaleceu o bom senso dos ministros das pescas europeus: “O resultado final, um reforço do empenhamento do Conselho de Ministros, é um resultado positivo e a comissária teve de recuar nas suas pretensões. O nosso grande regozijo é que admitirmos que pela primeira vez o conselho de ministros tenha percebido que com uma comissária que não sabe balancear os interesses socioeconómicos com os ecológicos, o sector tenderá a afundar-se.”
A associação lamenta no entanto não ter sido informada do desenrolar das negociações: “Quero registar com alguma tristeza que os representantes do sector de pesca que estavam em Bruxelas não terem podido discutir com o Governo o evoluir das negociações, a exemplo do que vimos fazer outros países”.
A ministra Assunção Cristas destaca o facto de Portugal conseguir em dois anos consecutivos um aumento das suas quotas de pesca, e valoriza os resultados obtidos em algumas espécies.
Fonte: ACOPE com RR
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