O preço do bacalhau deve subir a partir de Janeiro. A garantia é dada pelos industriais do sector, depois de a Comissão Europeia ter aprovado, no final da semana passada, a introdução dos fosfatos no bacalhau. “Não há a mínima dúvida, porque veja: a electricidade, em termos de quilo, representa à volta de 10 cêntimos.
Estamos a pensar em 70 horas de secagem e, portanto, os gastos com a electricidade em princípio duplicarão e Portugal não é um país que tenha a electricidade barata”, explica a presidente do conselho directivo da Associação dos Industriais de Bacalhau, Luísa Melo.
Depois de resistências iniciais, a decisão acabou por ser apoiada pelo Governo português, mas tem recebido fortes críticas da parte da indústria portuguesa, que receia pelo futuro. “A indústria portuguesa está em sério risco. É uma situação que eu não sei como é que a indústria vai conseguir resolver”, afirma Luísa Melo, que não consegue ver qualquer benefício para o país na decisão europeia.
“O produto não melhora, a conservação não melhora, os prazos de validade não melhoram. Não há ali nenhum ganho para o consumidor, pelo contrário. Neste momento, o consumidor tem ali um produto cujos ingredientes são bacalhau, sal e água, todos eles naturais, e agora tem aditivação química”, sustenta.
O sector garante que tudo fará junto do Governo para minimizar os efeitos negativos desta decisão, até porque “a garantia de não vir fosfatado não existe”. Portugal contestou, fez adiar a votação, mas no fim apoiou, ao lado dos países nórdicos, a permissão da utilização de fosfatos no bacalhau – medida que a Associação dos Industriais do Bacalhau considera uma certidão de óbito para as empresas portuguesas de transformação deste peixe.
Fonte: Rádio Renascença
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