O comércio entre Portugal e o Brasil continuará a crescer nos próximos anos, passando a incluir também produtos de maior valor agregado, prevê o embaixador português em Brasília, Francisco Ribeiro Telles.
"Tivemos durante muitos anos exportações concentradas no mercado europeu, o que era natural dado a integração da União Europeia, mas o nosso esforço atual é diversificar os mercados e isso passa prioritariamente pelo Brasil", afirmou à Lusa o embaixador português no Brasil.
Ainda segundo o diplomata, as atividades comerciais de Portugal com a Europa representam hoje cerca de 70 por cento do total, o que demonstra o potencial de expansão para outros mercados, em especial o Brasil.
Para além do crescimento em volume de vendas, a intenção é alavancar a exportação de mercadorias de maior valor adicionado, com a inclusão de produtos da indústria transformadora, tendo em vista que ainda hoje as exportações portuguesas para o Brasil são focadas em produtos agroalimentares como o azeite e o vinho.
"Mesmo os produtos agroalimentares ainda têm espaço para crescer. Assinamos com o Governo brasileiro dois memorandos no último ano, um relativo ao azeite e outro a frutas frescas [com foco nas exportações de pera] para facilitar os procedimentos de exportação", recorda.
Em relação ao azeite, o acordo foi fechado em junho do ano passado e garantiu a liberalização do controle de qualidade que era feito à entrada do produto no mercado brasileiro. A medida facilita e agiliza as exportações do produto e já tem mostrado efeitos no incremento das vendas.
Já o memorando sobre frutas frescas, assinado durante a visita ao Brasil da ministra da Agricultura de Portugal, Assunção Cristas, no início deste ano, a previsão é de que permita desburocratizar e acelerar os processos de vigilância fitossanitária para entrada da fruta no país.
A forte migração de profissionais portugueses para o Brasil também tem gerado movimentos importantes nas relações bilaterais, que culminou em março deste ano na assinatura de um memorando de entendimento que prevê facilitar o reconhecimento de diplomas universitários em ambos os países e pode ainda levar à revisão das exigências para obtenção do visto de residência.
"Penso que muito em breve haverá propostas concretas [por parte do Brasil], mas isso é uma matéria que diz respeito ao governo brasileiro e que terá depois de ser aprovado pelo Congresso Nacional, obviamente demanda tempo", avançou o embaixador.
Fonte: ACOPE com RTP
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