De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO – Food and Agriculture Organization), o comércio mundial de produtos pesqueiros atingiu 118.553 milhões de euros em 2015, menos 10% do que em 2014. Estes dados foram divulgados por ocasião da 15ª sessão do Comité de Pesca da (FAO), que decorreu entre 22 e 25 de Fevereiro, em Marrocos.
Para a FAO, esta diminuição deve-se à fragilidade das vendas nos países emergentes, a uma baixa de preços e à valorização do dólar face às divisas dos principais exportadores, incluindo a União Europeia (UE), Noruega e China. Meios de informação internacionais citando documentos da FAO, salientam, no entanto, que o volume de exportações globais de pescado e marisco mantém-se estável ou com aumentos ligeiros.
Um dos temas em debate foi o regime de documentação de capturas (Catch Documentation Schemes – CDS), que é considerado um instrumento importante para combater e prevenir a pesca ilegal, não regulada e não registada. Os membros do Comité manifestaram vontade de concluir as orientações gerais em Abril e até a UE contribuiu para uma versão preliminar.
No entanto, os países sem um sistema CDS defenderam uma versão menos ambiciosa que contou com o apoio de muitos membros da FAO e a organização decidiu avançar a partir dessa base. Embora os peritos tenham admitido a importância do regime de documentação de capturas, solicitaram que não se tornasse numa fonte de obstáculos burocráticos ou financeiros para os Estados, em especial, os países em desenvolvimento.
A propósito do comércio de serviços pesqueiros, a FAO destacou o interesse económico, bem como as dificuldades técnicas de assegurar apoio estatístico e uma recolha adequada de dados, pelo que se registou um apoio geral a favor de mais desenvolvimentos nesta matéria.
No encontro, a FAO também distribuiu um documento ilustrando que a rastreabilidade dos produtos marinhos se pode fazer através da cadeia de abastecimento, o que constitui um conceito de significativa importância em termos de implementação de políticas sanitárias, ambientais e de marketing e de medidas de controlo de pescas. Embora dando conta de que o conceito é, por vezes, mal compreendido, a FAO concluiu pela sua utilidade no desenvolvimento de sistemas de documentação das capturas e de segurança alimentar.
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