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Apanha de algas e sua utilização com certificação garantida nos Açores
03-02-2016
Para além das paisagens dos Açores e das falésias donde jorram cascatas, das lagoas encantadas nas caldeiras dos vulcões extintos e adormecidos da obra-prima da natureza deste Arquipélago, os açorianos começam despertam para uma particular biodiversidade marinha específica que são as algas.
Apesar de serem difíceis de identificar, conhecem-se cerca de 30000 espécies de algas, havendo nos Açores uma grande variedade, algumas delas são comestíveis, surgindo assim como potencial gastronómico, havendo ainda espaço para inovar, com novos pratos, podendo funcionar como um atractivo turístico.
A apanha de algas tem ainda como fim a sua exportação para as indústrias alimentar, farmacêuticas e biotecnológicas.
Recentemente, e segundo a SeaExpert, “procedeu-se ao processo de certificação das algas com a Marca Açores, de forma a assegurar o seu local de rigem e a sua diferenciação a partir dos atributos mais distintivos dos Açores – a natureza, o elevado valor ambiental, a diversidade e exclusividade natural.
“Através de parcerias com diversas associações de pesca e à semelhança do passado recente da Região, contamos envolver cada mais Açorianos nesta actividade criando a possibilidade de absorver mão-de-obra da pesca. O nosso objectivo e proposta a médio prazo, é criar, divulgar e afirmar o cluster das algas açorianas no mercado mundial da cosmética, farmacêutica e biotecnologia através da uniformização dos critérios de qualidade e práticas ambientais. O nosso compromisso com os clientes é com base na qualidade, no produto de excelência, seguindo constantemente uma base científica e garantindo a exclusividade dos nossos produtos”, refere a empresa de consultadoria na área das pescas.
Sedeada na ilha do Faial, a SeaExpert tem como base do seu trabalho a experiência dos seus elementos e colaboradores directos, sendo constituída por um grupo de profissionais com habilitações nas áreas da Biologia Marinha e Pescas.
Na ilha Graciosa a apanha de algas para exportação está a funcionar como uma actividade complementar dos pescadores que rendeu cerca de 80 mil euros entre 2013 e 2014. Isto mesmo foi dito pelo Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Brito e Abreu, na conferência “Apanha de Algas: sustentabilidade e criação de rendimento”, que decorreu no ano passado em Santa Cruz da Graciosa, evento que teve como objectivo contribuir para a sustentabilidade da apanha de algas naquela ilha.
Enorme potencial
Já em Abril de 2012, uma equipa de cientistas da Universidade dos Açores tinha publicado um estudo no jornal “Arquipélago – Life and Marine Science”, da Universidade dos Açores, dando conta de que, as macroalgas, na costa da ilha de São Miguel, possuem propriedades antiproliferantes e antioxidantes que podem ser aplicados na área da saúde.
Para este estudo, os investigadores estudaram as algas ‘Ulva compressa’, ‘Gelidium microdon’, ‘Osmundea pinnatifida’, ‘Fucus spiralis’ e Cystoseira abies-marina’, que segundo os cientistas possuem substâncias que podem ser úteis no combate a certos tipos de tumores devido às suas propriedades antiproliferantes.
Nas mesmas espécies de algas foram extraídas substâncias com propriedades antioxidantes que podem ser aplicadas em diversos ramos da indústria farmacêutica, indústria alimentar e da indústria cosmética.
Os investigadores acreditam, por isso, que nesta ilha existe um enorme potencial relativamente à aplicação da fauna e flora local em tratamentos terapêuticos, cosméticos e alimentares.
Erva patinha e Àgar-ágar
Por falar em potencial, fique a saber que a “Erva patinha”, alga de cor castanha (Porphyra umbilicalis Kützing), come-se tradicionalmente nas ilhas açorianas das Flores e Corvo. Nestas ilhas fazem-se omeletas com a “Erva patinha”, muito saborosa, com ovos, salsa, cebola e alho. Também se podem fazer tortas, adicionando farinha.
Uma outra espécie de algas existentes nos Açores é a Ágar-ágar, de cor vermelha e com textura gelatinosa. Na sua composição possui principalmente fibras e também sais minerais (P, Fe, K, Cl, I), celulose, anidrogalactose e uma pequena quantidade de proteínas.
Quando dissolvida em água quente e seguidamente arrefecida, a agarose toma uma consistência gelatinosa. Esta propriedade é usada em investigação laboratorial, medicina, culinária e indústria.
A “Nutri Super Health” dá a conhecer uma receita de gelatina de fruta com alga Ágar-ágar, com os seguintes ingredientes: Alga Ágar-ágar (5g), maçãs, peras, laranjas, bananas, morangos (1000g), Água (1000g) e açúcar mascavado (100g).
Para 4 doses, esta receita de cozinha contemporânea de dificuldade fácil é rápida e tem o seguinte modo de preparação:
Coloque a alga Ágar-ágar num litro de água, num recipiente fundo e corte aos pedaços vários frutos (ex. maçãs, peras, laranjas, bananas, morangos). Leve a água com a alga a ferver 5 minutos com o açúcar mascavado e deite no recipiente até cobrir as frutas. Guarde no frigorífico até consolidar.
O Ágar-ágar pode ser encontrado em pó, cápsulas ou em tiras de algas secas, podendo ser usado em várias formas diferentes, como compressas, sopas e até chás.
Utilizado há séculos no tratamento de várias doenças é muito usado na culinária naturalista, por possuir várias propriedades medicinais, funcionamento como regulador do intestino, prevenindo prisões de ventre e infeções nessa área, actuando como um excelente desintoxicante, aumentando a elasticidade da pele e melhorando a textura da pele, deixando-a mais lisa e macia, evitando rugas e acne, sendo ainda indicado para pessoas que precisam de moderar o apetite e emagrecer.
Para quem não sabe, a RIAC também emite o pedido inicial e de renovação da “Licença Apanha”, que habilita os cidadãos na apanha de Polvos, Lapas, Cracas, Amêijoas e Algas.
Sem custos associados, os pedidos poderão ser feitos em qualquer altura.
Para além da RIAC, as referidas licenças poderão ainda ser solicitadas na Direção Regional das Pescas, nas delegações da Direção Regional das Pescas, nas associações de pescadores e na Lotaçor, E.P.