O défice do setor agrícola em Portugal ronda os 3,8 mil milhões de euros e vai continuar, mas a segurança alimentar não está em causa pois ronda os 83%. A Europa em si está longe de ter qualquer problema de segurança alimentar e apresenta 30% de desperdícios. Estes são alguns dados retirados do trabalho do Banco Espírito Santo, intitulado "O setor agrícola em Portugal", e cuja equipa é liderada por Francisco Mendes Palma.
A nova Política Agrícola Comum (PAC 2014-2020) vai continuar a subsidiar o rendimento aos agricultores, embora com o "desligamento das ajudas à produção", sublinhou ao OJE Celina Luís, da equipa de research setor do BES, e uma dos intervenientes no trabalho "O sector agrícola em Portugal).
Esta subsidiação vai ser acompanhada por um "greening crescente", ou seja, por condições impostas aos agricultores no sentido de manterem a biodiversidade.
A agricultura em Portugal vai continuar deficitária em termos de balança comercial, sobretudo devido à importação de cereais. O défice global, incluindo pescas, foi calculado pelo INE em 3,8 mil milhões de euros. Os analistas do BES afirmam que a base produtiva nacional tem por base produtiva a locação de metade da superfície agrária para pastagens.
O Alqueva é a maior infraestrutura do género na Europa, permitindo um potencial de aproveitamento de 120 mil ha, embora atualmente só menos de 40 mil ha estejam a era utilizados.
O olival ocupa 50% do território. Dentro do panorama da produção primária agrícola nacional regista-se o facto do setor do vinho continuar muito atomizado, enquanto a horto-fruticultura é o maior setor em termos de valor, os frutos vermelhos são um dos exemplos evidenciados pela analista Celina Luís que liga a produção ao potencial permitido pelo clima. Esta mais-valia tem permitido a instalação de jovens agricultores.
O Alqueva é um caso único, sendo que os analistas do BES defendem que é preciso ir mais além do mero benefício dos solos (com água em abundância), sendo necessário integrar a cadeia de valor. O preço da água do Alqueva é, na ótica da mesma analista um incentivo muito interessante pois a opção da gestora da infraestrutura, a Edia, liderada por João Bastos, foi no sentido de permitir um aumento gradual do preço da água durante os primeiros sete anos, sendo o preços real aplicado apenas ao 8º ano, Celina Luís diz que "este é um bom incentivo para os anos necessários à recuperação dos investimentos nas instalações.
Os grandes números
O setor primário agrícola, silvícola e da pesca, excluindo as indústrias extrativas e transformação e produtos agrícolas envolve 7,45 mil milhões de euros em 2012, sendo responsável por 12% dos postos de trabalho e por cerca de 43.900 empresas agrícolas. Cerca de 79% do setor primário, ou seja, 5,8 mil milhões de euros de transações pertence à agricultura.
Dentro desta grande área, a produção vegetal, ou seja, de frutos, hortícolas, cereais, vinho e azeite significa 3,2 mil milhões de euros. Enquanto a parte de produção animal, que inclui animais, leite e ovos gerou 3,2 mil milhões de euros no ano passado.
Dentro do setor primário a silvicultura significa 13% do volume global, ou seja, cerca de 935 milhões de urros e as pescas geraram 627 milhões de euros de volume, ou seja, cerca de 8% da produção primária.
Fonte: ACOPE com Oje
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