A mais de 4000 quilómetros de distância, nas remotas ilhas Lofoten, o estado da economia portuguesa preocupa simples pescadores noruegueses, afetados pela perda de poder de compra do país principal importador de bacalhau da Noruega.
"Antes do Natal, o preço do quilo do bacalhau baixou de 15 coroas (dois euros) para menos de 10 coroas (1,33 euros) coroas, disseram-nos que era por causa da crise na Europa", conta Karl Johnsen, ao leme da traineira Gisloyvaering.
Embora não esteja a par dos pormenores da situação financeira ou política, nem nunca tenha visitado o país, este quinquagenário sabe que é para Portugal que vai grande parte do bacalhau que pesca. A Noruega exportou para Portugal 42 445 toneladas de bacalhau, equivalente a 211 milhões de euros, menos 15% do que as 47 511 toneladas do ano anterior, no valor de 248 milhões de euros.
A redução dos preços nos portos foi o resultado de negociações entre associações de pescadores e representantes da indústria de processamento.
A principal razão apontada foi o aumento da quota de pesca do bacalhau da Noruega em 30%, para um valor recorde de um milhão de toneladas, graças à boa condição dos stocks no mar de Barents. Porém, as dificuldades nos mercados europeus foram invocadas tanto por pescadores como pela indústria alimentar para justificar a decisão.
"Há seis anos, a quota de pesca norueguesa era de 260 mil toneladas; este ano é de 480 mil toneladas. Quando a quota duplica, o preço cai para metade", justificou Christian Nordahl, representante do CNP em Portugal.
Fonte: ACOPE com Dinheiro Vivo
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