Os sectores tradicionais da economia portuguesa têm "já o seu lugar no Japão, têm ainda muito espaço para aumentar a sua quota de mercado", garante a Aicep — Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal na sua "Ficha de Mercado do Japão", agora publicada.
A carne de porco, o peixe, as conservas, o vinho, os derivados do tomate, os têxteis-lar, o vestuário, o calçado de couro, os produtos em cortiça e as cerâmicas utilitárias e decorativas, são exemplos de sectores com potencial de crescimento, referem os analistas da Agência.
Energias limpas e eco negócio
Por outro lado, diz a Aicep, há ainda espaço para outros sectores, como as energias limpas, o eco negócio, a biotecnologia, o equipamento médico, os produtos químicos e farmacêuticos, os novos materiais, a mobilidade eléctrica, as TIC e a inteligência artificial, entre outros, onde a inovação e o espírito empreendedor são fundamentais.
A Ficha de Mercado faz uma análise da economia japonesa, das relações económicas Portugal-Japão e das condições legais de acesso ao mercado, apresentando também um conjunto de informações úteis para exportadores e investidores nacionais.
O Japão tem uma população de cerca de 127,5 milhões de habitantes, em 2017, e um elevado poder de compra, registando um PIB per capita estimado de 38 209 USD, segundo dados do EIU – The Economist Intelligence Unit.
O país apresenta o terceiro maior produto interno bruto (PIB) mundial, em termos nominais, a seguir aos Estados Unidos da América e à China.
Comércio internacional
O Japão foi o quarto exportador e importador mundial em 2017 e o quarto mercado emissor de investimento directo no exterior em 2016. A política económica que vem sendo seguida pelo actual Governo do Japão baseia-se no estímulo orçamental, numa política monetária menos restritiva e em reformas estruturais. O crescimento do PIB situou-se em 1,7% em 2017, prevendo o EIU um acréscimo, em termos percentuais, ligeiramente inferior para 2018 (1,4%).
Em termos do relacionamento económico bilateral, no âmbito do comércio internacional português de bens, o Japão ocupou a 39ª posição no ranking de clientes das exportações portuguesas em 2017, ficando no 28º lugar enquanto fornecedor, sendo o montante das exportações de 145,7 milhões de euros, o maior valor dos últimos cinco anos.
O número de empresas portuguesas que exportam produtos para o Japão tem vindo a aumentar, verificando-se um acréscimo de cerca de 25% em 2017 face a 2013.
Maior abertura do mercado japonês
Ao nível das trocas comerciais, nas últimas décadas registou-se uma maior abertura do mercado japonês ao exterior, tendo sido implementadas várias medidas nesse sentido. A generalidade das mercadorias pode ser importada livremente, sendo apenas exigido licenciamento prévio para as que ainda se encontram sujeitas a aplicação de quotas (ex.: calçado de couro) ou a restrições específicas.
A entrada de produtos que possam prejudicar a segurança, moral e saúde públicas, que violem direitos de propriedade intelectual ou a lei da concorrência, é estritamente proibida (Goods with Prohibitions, Controls and Restrictions).
Importa, no entanto, referir que tratando-se de um mercado muito rigoroso em termos da qualidade e segurança dos produtos, pode haver necessidade de observar vários tipos de exigências (ex.: requisitos de certificação; regras relativas à embalagem; e inspecções sanitárias e fitossanitárias), que dificultam e tornam complexos os processos de importação.
Pode consultar o documento completo aqui.
Fonte: Agricultura e Mar Actual
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